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Por: Máxima Comunicação

Não é preciso nem voltar tanto no tempo – quando, enquanto o marido trabalhava, a mulher cuidava de cinco, seis filhos – para saber que a dinâmica das famílias mudou. Atualmente, na sociedade pós-moderna, os valores e os comportamentos são outros, diferentes do que se observava nas décadas de 70 e 80. E tudo isso interfere no modo como as relações familiares e afetivas são construídas, com cada vez mais casais recorrendo à ajuda profissional para resolver os problemas de dentro de casa.

Segundo Iara Monteiro de Castro, coordenadora da Pós-Graduação Instituto da Família, da Faculdade Teológica Sul Americana (FTSA), algumas queixas recorrentes dizem respeito à infidelidade; lealdade à família de origem; comunicação; doenças ou vícios por parte de um dos cônjuges; e ao nascimento dos filhos. “Esses são os fatores estressores que se não forem bem administrados podem levar a rupturas”, diz.

Com todos esses tópicos em pauta, o curso de especialização em “Aconselhamento Familiar”, da FTSA, busca preparar profissionais de várias áreas a atender a demanda das famílias. Coordenadora do curso, Layne Soares Araújo Ribeiro dá as dicas para evitar as crises conjugais e ensina que, antes mesmo dos conflitos, é preciso buscar recursos – na literatura e junto a profissionais especializados – para estar preparado para a vida a dois.

1 – Infidelidade

Segundo Layne, é possível comparar o casamento a uma construção: quando os materiais utilizados não são de boa qualidade, é muito provável que problemas estruturais aconteçam. “É uma construção a dois”, salienta. “Se os materiais forem ruins, eles constroem a infidelidade, que é mais do que a traição em si, mas todos esses fatores que envolvem os conflitos, essa falta de intimidade. “A traição é consequência e não a causa”, acrescenta Layne. A infidelidade, assim, pode ser considerada como uma quebra na confiança, que altera a intimidade, sendo que confiança e intimidade são bases da relação a dois. Por isso, é preciso investir na intimidade, rever posturas e fortalecer as verdades dentro da relação.

2 – Lealdade à Família de Origem

Quando as pessoas se casam, existe um processo de transformação de valores: é preciso rever tudo aquilo que foi ensinado pelos pais, no sentido de construir conceitos e ideais do próprio casal. “É como se os dois tivessem uma mala cada. Eles têm de abrir essa mala e separar tudo, descartando alguns valores, aproveitando outros, para colocar tudo numa mala só”, compara Layne. “E esse processo pode ser um grande fator estressor. Você tem que deixar seus pais. Os valores que herdou deles, como crenças e o modo de educar os filhos, são pessoais e não relacionais”, completa. É importante haver uma diferenciação entre a família de origem e a nova família que está sendo formada, estando o casal aberto a negociar para construir uma nova relação, com novos valores, dispostos a se adaptar.

3 – Comunicação

De acordo com a especialista em aconselhamento familiar, a falta de habilidade em se comunicar é o que gera, senão todos, pelo menos boa parte dos conflitos. “Hoje em dia, a comunicação se dá pela experimentação corporal. Antes, ainda na idade moderna, as pessoas se conheciam mais durante o namoro, procuravam saber o que o outro pensa, faz ou gosta. Hoje, as relações sexuais começam já nessa fase e esse conhecimento corporal não é a base para uma comunicação sólida”, comenta. Para Layne, é preciso conversar mais, conhecer-se melhor em todas as etapas do relacionamento, fortalecendo o diálogo e a intimidade, e estreitando, assim, os laços entre o casal.

4 – Doenças ou Vícios de um dos Cônjuges

Às vezes é algo que foge do previsto, às vezes é consequência dos próprios conflitos na relação. De qualquer modo, doenças ou vícios em drogas, como o álcool, por parte de um dos cônjuges, podem inviabilizar uma relação. “Isso envolve toda a família, muda a sua dinâmica, porque um precisa cuidar do outro”, analisa Layne. E, se não houver um diálogo claro a respeito da situação, o relacionamento – incluindo a convivência com os filhos – pode ficar enfraquecido. “Além de que isso pode levar a outro problema muito sério, que são as dificuldades financeiras. Nós vivemos na sociedade do ter, e isso mexe muito com o casal”, acrescenta.

5 – Nascimento dos Filhos

Além dos valores que são transmitidos aos filhos, há vários ciclos que a chegada das crianças impõe ao casal. O nascimento das crianças é um fator estressor que demanda dos pais um envolvimento enorme, como uma tarefa do próprio desenvolvimento. E o casal que já tem dificuldade de relacionamento nesse momento pode se desestabilizar. Pode haver, inclusive, uma triangulação com a criança.

“Em cada ciclo há uma negociação, quando o filho nasce, quando vai à escola, quando sai de casa. Tudo isso muda a rotina do casal”, afirma. “Filhos produzem alterações importantes, que precisam ser trabalhadas, conversadas, planejadas. E, para lidar com a questão, é necessário buscar suporte em livros e cursos, o que é a nossa proposta dentro de aconselhamento familiar.”

Serviço:

O curso de especialização em “Aconselhamento Familiar” da Pós-Graduação Instituto da Família da FTSA está com inscrições abertas. As aulas começam no dia 10 de junho. Mais informações e inscrições pelo telefone (43) 3371-0200, pelo e-mail ifamilia@ftsa.edu.br ou pelo site www.ftsa.edu.br.