What Psychological Testing and Neuroimaging Tell Us about the Treatment of Posttraumatic Stress Disorder by Eye Movement Desensitization and Reprocessing
Patti Levin, licsw, Steven Lazrove, Bessel van der Kolk,
Fonte: Journal of Anxiety Disorders, Vol. 13, No. 1–2, pp. 159–172, 1999
Para melhor entender a patologia fisiológica e o tratamento do transtorno de estresse pós-traumático (PTSD), testes psicológicos padrão, teste de Rorschach e neuroimagem usandoTomografia Computadorizada por Emissão de Fótons Únicos (SPECT), foram realizados em indivíduos com PTSD, antes e depois de três sessões de EMDR. Usamos um plano de comparação do paciente com ele mesmo, dados de um de seis sujeitos da nossa série é apresentado na forma de relato de caso. Após o EMDR, o paciente apresentou melhora no nível de sofrimento, o que se correlacionou a diminuição dos sintomas de PTSD e depressão, ao teste psicológico. A análise do Rorschach corrobora essas mudanças. Entre os outros achados, o índice de hipervigilância modificou de positivo para negativo, indicando que o paciente passava menor período de tempo tempo na busca de ameaças ambientais, além de melhoria dos recursos do ego, mensurado pela variável de Experiência Real. O exame de SPECT, realizado durante a lembrança do evento traumático, mostrou que duas áreas do cérebro estavam hiperativas após o tratamento com EMDR se comparado com antes do tratamento: o giro cingulado anterior e o lobo frontal esquerdo. Esta mudança foi consistente nos dados dos seis sujeitos de nosso estudo. Uma importante implicação desses achados é que o tratamento efetivo para PTSD não reduz a estimulação dos níveis limbicos, mas aumenta a capacidade de diferenciação da ameaça real da imaginária. A Psicologia e a Neurofisiologia é discutida em maiores detalhes.
Gray matter density in limbic and paralimbic cortices is associated with trauma load and EMDR outcome in PTSD patients
Davide Nardo, Göran Högberg, Jeffrey Chee Leong Looi, Stig Larssond, Tore Hällströmb, Marco Pagani, Fonte: Journal of Psychiatric Research (2009), doi:10.1016/j.jpsychires.2009.10.014
Existem evidências crescentes da existência de alterações estruturais da substância cinzenta (SC), em diferentes estruturas límbicas, em pacientes com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). O objetivo deste estudo foi avaliar a densidade da SC no PTSD em relação ao impacto do trauma e avaliar se diferenças na SC entre os que respondem (R) ou não (NR) à terapia com EMDR. Foram realizadas imagens de resonacia magnética em 21 sujeitos expostos a traumas ocupacionais que desenvolveram PTSD (S) e outros 22 que não desenvolveram (NS). Essas imagens foram comparadas por meio de análise de morfometria otimizada baseada em voxels (VBM), conforme implementada pelo SPM (Statistical Parametric Mapping). No grupo S as comparações foram entre 10 R e 5 NR. A análise de regressão entre a densidade da SC e o questionário de antecedentes traumáticos (TAQ), foram feitos em todos os 43 sujeitos. Os resultados nos mostram uma significativa redução aa densidade de SC no grupo S se comparado com o grupo NS no cingulo posterior esquerdo e no giro parahipocampal posterior esquerdo. Além disso, o grupo NR mostrou densidade significativamente menor da SC se comparado com o grupo R, no cingulo posterior bilateral, também na região insular anterior, no griro parahipocampal anterior e na amígdala do hemisfério direito. A análise de regressão mostra que a densidade da SC tem correlação negativa ao impacto do trauma, no cingulo posterior bilateral, na região insular anterior esquerda e no griro parahipocampal anterior direito. Concluímos que uma menor densidade da SC no córtex límbico e paralímbico está associada ao disgnóstico de TEPT, ao impacto do trauma e ao resultado do tratamento por EMDR, sugerindo a hipótese de que o TEPT se caracteriza por distúrbios de memória e dissociativos.
Numerosos estudos tem demostrado evidencias sobre a eficácia da terapia de dessensibilização e reprocessamento por movimentos oculares (EMDR) no tratamento do transtorno de estresse pós-traumático (PTSD), incluindo estudos recentes que demonstram ser mais efetivo do que a terapia direcionada. Mas poucas explicações teóricas foram oferecidas sobre como o EMDR realmente funciona. Shapiro, em sua descrição original do EMDR, propôs que o movimento direcionado dos olhos imita o efeito do período do sono de movimentos rápidos dos olhos (REM), mas não fica claro a explicação de como essa imitação promove o resultado clínico. Agora nós revisamos sua proposta original e apresentamos um modelo completo de como o EMDR pode levar a resultados específicos no PTSD e condições relacionadas. Nós propomos que o redirecionamento repetitivo da atenção no EMDR induz ao um estado neurobiológico, similar ao sono REM, o qual se configura a melhor forma para dar suporte à integração cortical das memórias do trauma em redes semânticas gerais. Nós sugerimos que essa integração pode levar a uma redução da força dos episódios de lembrança dos eventos traumáticos, mediados pelo hipocampo, bem como do afeto negativo amígdala-dependente. Dados experimentais que apoiam esse modelo são revisados e possíveis testes para o modelo são propostos.
Quem assistiu “Cronicamente Inviável”, dirigido por Sérgio Bianchi, nem se espanta tanto assim com o filme “Quanto Vale ou é por Quilo?“, do mesmo diretor. A forma ácida de denunciar a realidade através da ficção, é tratada com tamanho cuidado que o resultado é uma suposta história tão real quanto tantas que existem em nosso país. O olhar crítico e cético nos faz ver um ser humano completamente sem caráter ou escrúpulos. Por mais que eu acredite no ser humano, e já tenha defendido isso em outros textos, não posso fechar os olhos e dizer que o que Sérgio Bianchi nos apresenta não faz parte de nossa realidade. Mas como bom otimista, penso na importância de trabalhos com esse que nos deixam atentos, capazes e críticos para as reais propostas de comprometimento, revendo nossas posturas e fortalecendo a construção de ações que modifiquem o pequeno universo ao nosso redor, a fim de contribuir para um bem maior.
A dependência química é um dos problemas que mais cresce e preocupa nas sociedades ocidentais. Ela representa o uso obsessivo e compulsivo de substâncias legais e ilegais, que não é afetado pelas conseqüências adversas do seu consumo e que se caracteriza adicionalmente por negação da relação entre consequências e consumo, pela tolerância à substância e por sintomas de abstinência na ausência da mesma. Para o objetivo deste texto, entendemos como substâncias legais e ilegais o álcool, tabaco, maconha, cocaína, metanfetamina, opiácios, alucinógenos e medicações prescritas.
Os dois atuais modelos mais importantes para entender e tratar a chemical dependência é o modelo de enfermidade (American Medical Association, 1973; Jellinek, 1960; Wallace, 1975) e o modelo de automedicação (Flores, 1988; Khantzian, 1982; Krystal, 1982; Wurmser, 1978).
Daniel Gabarra é Trainer de Brainspotting, Supervisor e Facilitador de EMDR, Trainer de PNL, Especialista em Psicodrama e Graduado em Psicologia pela UFSCar. Diretor Fundador e Ex-presidente da Associação Brasileira de Brainspotting,