por Daniel Gabarra | abr 20, 2010 | blog, neuro
Neurophysiological ccomponentes of EMDR treatment
Isabel Fernandez, Roger M. Solomon,
Fonte: http://www.psicotraumatologia.com/pdf/neuroemdr.pdf
As pesquisas em EMDR apresentaram desenvolvimento significativo nos últimos 10 anos. O EMDR consiste em uma atividade de focalização dual (o uso de movimentos oculares ou outras estimulações rítmicas direita/esquerda, durante o foco em material traumático pessoal). Muitas hipóteses foram levantadas para explicar o funcionamento do EMDR e o porque de os resultados clínicos serem significativos. Uma das razões mais prováveis diz respeito ao fato de que parece existir um sistema inato de processamento de informações que é fisiologicamente configurado para facilitar a saúde mental, da mesma forma que o restante do organismo é delineado para curar a si mesmo quando lesado. Quando em funcionamento adequado, esse sistema transforma a informação perceptiva e emocional de um evento traumático em uma resolução adaptativa – informações úteis são armazenadas com afeto apropriado e permanece disponível para uso futuro. O despertar fisiológico e emocional derivado de um evento traumático pode distorcer os mecanismos de processamento da informação. O bloqueio do processamento impede a integração adaptativa por meio das vias noramais. O estímulo fisiológico parece ativar o sistema inato de processamento e pode estar relacionado aos mecanismos inerentes do armazenamento das memórias. O EMDR aparentemente intervém nas funções cerebrais, especialmente no sistema límbico e na amígdala, que já foram identificadas como regiões envolvidas nas experiências traumáticas.
por Daniel Gabarra | abr 13, 2010 | blog, emdr
Physiological correlates of eye movement desensitization and reprocessing
Ulf O.E. Elofsson, Bo von Sche`ele, To¨res Theorell, Hans Peter So¨ndergaard
Fonte: Journal of Anxiety Disorders 22 (2008) 622–634
O EMDR é um tratamento estabelecido para o transtorno de estresse pós-traumático (PTSD). Mesmo assim, seu mecanismo de funcionamento não é claro. Este estudo explorou os correlatos fisiológicos dos movimentos oculares, durante o EMDR, em relação às hipóteses atuais; distração, condicionamento, ativação de resposta orientada e mecanismo semelhante ao do sono REM. Durante a terapia de EMDR foram medidos: temperatura da ponta dos dedos, frequencia cardiaca, condutância da pele, nível de carbono expirado, saturação de oxigênio em oximetria de pulso, em homens com PTSD. A relação entre a alta e baixa frequência cardíaca (LF/HF) foram mensuradas como medida de balanço autonômico. A frequência respiratória foi calculada a partir dos traços de dióxido de carbono. A estimulação levou a mudanças no balanço autonômico, indicadas por queda da frequência cardíaca, condutância da pele e relação LF/HF, e aumento da temperatura de ponta do dedo. A frequência respiratória e a pressão expiratória final de dióxido de carbono aumentaram; a saturação de oxigênio decaiu durante a os movimentos oculares. Concluímos que os movimentos oculares durante o EMDR ativam sistema colinérgico e inibem o simpático. A reatividade foi similar com os parâmetros do sono REM.
por Daniel Gabarra | abr 6, 2010 | blog
Event-related potentials and EMDR treatment of post-traumatic stress disorder
Fonte: Neuroscience Research 49 (2004) 267–272
Friedhelm Lamprecht, Christine Köhnke, Wolfgang Lempa, Martin Sack, Mike Matzke, Thomas F. Münte,
Dez pacientes sofrendo de Transtorno de Estresse Pós Traumático (PTSD) após um evento traumático grave foram avaliados por potenciais relacionados a eventos (ERPs) em um paradigma contendo padrões auditivos, alvos e novos tons. ERPs foram avaliados antes e depois de sessões de tratamento usando o EMDR. Comparado a um grupo controle que passou por um falso tratamento, os ERPs dos pacientes mostram uma redução no componente P3a nos registros pós-tratamento, sugerindo uma redução orientada para novos estimulos e reduzindo os níveis de excitação depois do tratamento. Além disso, uma avaliação psicométrica revelou a melhora dos sintomas de PTSD depois do tratamento.
por Daniel Gabarra | abr 6, 2010 | blog
Recebi o texto abaixo como sendo do Luiz Fernando Veríssimo.
sabe que sempre desconfio da autoria desses textos que circulam pela internet, mas tb não encontrei outra referencia para confirmar ou negar isso.
Independentemente, no geral eu gostei da reflexão que o texto coloca.
“Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros… todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido”. Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. .
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino
de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a “entender o comportamento humano”. Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa…, ir ao cinema…, estudar… , ouvir boa música…, cuidar das flores e jardins… , telefonar para um amigo… , visitar os avós… , pescar…, brincar com as crianças… , namorar… ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.”
por Daniel Gabarra | mar 17, 2010 | blog, neuro
What Psychological Testing and Neuroimaging Tell Us about the Treatment of Posttraumatic Stress Disorder by Eye Movement Desensitization and Reprocessing
Patti Levin, licsw, Steven Lazrove, Bessel van der Kolk,
Fonte: Journal of Anxiety Disorders, Vol. 13, No. 1–2, pp. 159–172, 1999
Para melhor entender a patologia fisiológica e o tratamento do transtorno de estresse pós-traumático (PTSD), testes psicológicos padrão, teste de Rorschach e neuroimagem usandoTomografia Computadorizada por Emissão de Fótons Únicos (SPECT), foram realizados em indivíduos com PTSD, antes e depois de três sessões de EMDR. Usamos um plano de comparação do paciente com ele mesmo, dados de um de seis sujeitos da nossa série é apresentado na forma de relato de caso. Após o EMDR, o paciente apresentou melhora no nível de sofrimento, o que se correlacionou a diminuição dos sintomas de PTSD e depressão, ao teste psicológico. A análise do Rorschach corrobora essas mudanças. Entre os outros achados, o índice de hipervigilância modificou de positivo para negativo, indicando que o paciente passava menor período de tempo tempo na busca de ameaças ambientais, além de melhoria dos recursos do ego, mensurado pela variável de Experiência Real. O exame de SPECT, realizado durante a lembrança do evento traumático, mostrou que duas áreas do cérebro estavam hiperativas após o tratamento com EMDR se comparado com antes do tratamento: o giro cingulado anterior e o lobo frontal esquerdo. Esta mudança foi consistente nos dados dos seis sujeitos de nosso estudo. Uma importante implicação desses achados é que o tratamento efetivo para PTSD não reduz a estimulação dos níveis limbicos, mas aumenta a capacidade de diferenciação da ameaça real da imaginária. A Psicologia e a Neurofisiologia é discutida em maiores detalhes.