por Daniel Gabarra | dez 14, 2009 | blog, psicodrama, relação terapêutica
Ao ler o título acima, vocês podem pensar que vou falar da parceria entre diferentes profissionais para oferecer um serviço de qualidade a seus clientes. Claro que esse tipo de parceria é muito importante e de grande ajuda. Mas, na verdade, quero falar hoje sobre o quanto a terapia em si é, acima de tudo, uma parceria.
A parceria terapêutica existe na relação entre Cliente e Terapeuta, e é fundamental para que existam resultados nesse processo. Será que adiantaria o terapeuta ter um relato completo e detalhado da vida do cliente, fazer um plano de tratamento com todos os passos que devem ser seguidos e, simplesmente, passar semana após semana para que seja executado? Vejamos um exemplo: suponhamos que alguém chega no meu consultório se queixando da esposa e do quanto ela é parecida com sua mãe, principalmente naquilo que o incomoda. Um ótimo caminho seria trabalhar com os sentimentos dessa pessoa em relação a sua mãe. Mas aí eu pergunto, será que a pessoa está afim disso? Ou, na verdade, o objetivo é a esposa? Seria benéfico que eu, enquanto terapeuta, definisse o que é melhor, se esse melhor não faz parte do desejo da pessoa que me procurou?
Entendem assim qual a importância desse aspecto da parceria que estou tentando abordar?
por Daniel Gabarra | nov 16, 2009 | blog, criatividade, psicodrama, qualidade de vida
Deveríamos aprender mais com as crianças, ou talvez não aprender tanto com os adultos!!
Vocês já observaram a seriedade com que uma criança brinca? Como aquilo é tudo de mais importante para ela? Mas, ao mesmo tempo, quando tem de mudar de atividade, mesmo que chore por um tempo, rapidamente ela está brincando de novo, com toda seriedade, uma nova brincadeira.
Porque será que perdemos essa nossa capacidade de nos readaptarmos, de recriar novas realidades com o que temos em mãos?
Tendemos sim a nos acomodar, a nos acostumar até com o que não gostamos. E até nos apegamos com medo do novo não ser melhor, ou dar muito trabalho.
Hoje tem-se falado em Gestão da Mudança!!! Mas o que será isso se não nos permitir o novo, experimentar!!! Vamos arriscar, conscientes sim, mas não engessados pela conserva. Vamos brincar com a vida, brincar com a seriedade de uma criança e a sabedoria de um adulto.
por Daniel Gabarra | nov 9, 2009 | blog, psicodrama, qualidade de vida
Quando li o texto Da obrigatoriedade do sucesso, fiquei muito tocado. Realmente vivemos uma absurda pressão para sermos felizes, perfeitos e bem sucedidos. Toda essa cobrança pode nos fazer perder de vista nossa própria vida. Vivemos com olho em um futuro que devemos conquistar e perdemos a oportunidade de aprender com nossos próprios erros.
Mas o que será que temos em mãos? será que não estamos deixando de aproveitar o que temos hoje ao nos preocupar demais com o que “temos de ter”. Se vivermos o agora, podemos aproveitar nossos tropeços e observar que eles nos mostram a vida a partir de um novo ângulo. Que nós temos e podemos crescer com isso. Na verdade, hoje em dia, ainda aprendemos muito mais com a dor, mas mesmo assim desperdiçamos essas oportunidade ao querer esquecer o erro e olharmos novamente para um ideal.
Com tudo isso perdemos nossa criatividade e espontaneidade, concentrando-nos no que passou e no que dizem que temos que conquistar. Mas será que realmente temos? Temos mesmo é que viver melhor o nosso dia, com o que temos. Sonhando sim, e muito. Mas sonhando um futuro com os pés no presente para podermos construir um caminho real e feliz até lá, aproveitando cada momento desta caminhada. Pois é na caminhada que está a vida.
por Daniel Gabarra | set 6, 2009 | blog, criatividade, psicodrama, qualidade de vida
Isso até parece um contrassenso!!! Realmente, mas são palavras que, pelo menos para o Psicodrama, são extremamente atreladas. Quando pensamos num ser humano em relação, a qualidade dessa relação é fundamental para a qualidade de vida.
Moreno dizia que fazer o que me vem à cabeça, quando eu bem entender, não é espontaneidade, e sim o adoecimento dela. Assim, pensar que a espontaneidade, para ser efetiva, deve ser adequada, é pensar que esta adequação não está apenas para o outro ou para quem atua, mas sim para a relação estabelecida.
Pensando por exemplo numa situação de trabalho, muitas vezes o espontâneo criativo está na capacidade de dizer ao chefe uma coisa que ninguém teria coragem de dizer, mas de uma forma que ele seja capaz de ouvir, entender e ainda te agradecer.
(Imagem retirada do Blog Jorge Amaral)
por Daniel Gabarra | set 2, 2009 | blog, criatividade, psicodrama, qualidade de vida
Tem dias em que a gente se pergunta: “será que existe alguma coisa mais difícil para o ser humano do que mudar?”
É claro que não podemos elencar dificuldades, afinal de contas elas são muito pessoais, mas muitas vezes observamos o quanto as pessoas sofrem ao lidar com a necessidade de uma mudança que, às vezes, não dão conta de realizar.
O que mais assusta é o quanto as crianças são capazes de criar e recriar a realidade, e ao envelhecermos, ficamos cada vez mais rígidos, mais conservados*. Será que queremos nos tornar estátuas vivas? Acredito que a maioria de nós dirá que não.
Ver uma pessoa libertando-se dessa couraça e abrindo-se à possibilidade de criar, arriscando-se de forma espontânea na vida, é um dos melhores retornos que um terapeuta pode ver em seus clientes. Pois a possibilidade de criar pode ser o melhor combustível para a qualidade de vida das pessoas.
* Conservado, para o Psicodrama, é qualquer coisa definida, pronta. Elas são muito úteis, mas se tornam um problema quando tentamos aplicá-las em qualquer situação onde elas podem não ser a melhor saída.
(Imagem retirada do Blog do Frid)
por Daniel Gabarra | ago 31, 2009 | blog, psicodrama, qualidade de vida
Quando eu morrer
pense apenas isso de mim:
que eu vivi
como os humanos vivem,
nem sempre sabiamente,
nem sempre muito bem,
mas vivi.
Zerka Moreno
(Cantos de amor à vida 1995)
E há algo mais importante do que viver?
Viver, experimentar.
Se não tentamos, não vivemos.
Mas se tentamos,
conseqüentemente erraremos vez ou outra.
E qual o grande medo nisso?
Por que nos exigimos tanto a ponto de termos tanto medo de errar?
Precisamos correr mais riscos,
ter mais coragem,
mais companheirismo uns com os outros.
Não precisamos nada mais que isso,
precisamos apenas viver!