por Daniel Gabarra | fev 19, 2010 | blog, emdr, relação terapêutica, resposta terapêutica
Depois de me falarem da reportagem da Veja: A conquista da memória, fui conferir.
A discussão que me levou a ler a reportagem girava em torno da perspectiva de uma terapêutica medicamentosa para apagar memórias. Além das questões colocadas pelo próprio texto, como as outras memórias que também poderiam ser apagadas e o efeito colateral disso, penso em algo simples como um acidente de carro. Junto com o trauma do acidente, o motorista perderia a memória de seus possíveis erros e, consequentemente, não aprenderia a evitá-los. Ainda fiquei me perguntando:
Será que adiantaria simplesmente apagar a memória?
Qual será o real impacto disso no comportamento do sujeito?
Isso realmente apagaria o trauma?
Lembro-me de quando os antidepressivos e ansiolíticos foram descobertos. Acreditava-se que tínhamos descoberto a fórmula da felicidade. Na prática sabemos da importância dessa medicação, mas também sabemos que em geral elas apenas controlam um sintoma e que a terapia é fundamental para a efetiva mudança de comportamento.
Eu até preferiria achar que esse meu pensamento é de excessivo cuidado e um pouco retrógrado. Mas em se tratando de comportamento humano, dificilmente o caminho mais fácil é o melhor ou o mais eficiente. Um exemplo disso é o EMDR. Quando ouvi falar dele pela primeira vez, me soou meio mágico e essa mesma preocupação de que um caminho fácil seria pouco efetivo me veio ao pensamento. Com o tempo e prática, descobri o quanto o EMDR é realmente eficiente, mas não diria que ele é fácil, nem para o terapeuta, nem para o cliente. Ele tende sim a acelerar o processo, mas nem por isso o torna fácil.
O que me remete aquele ditado popular: O barato sai caro!!!
por Daniel Gabarra | fev 18, 2010 | blog
Fonte: Health SA Gesondheid, June, 2002 by Elzabe Peters, Marie P. Wissing, Wynand F. du Plessis
Link: http://findarticles.com/p/articles/mi_6820/is_2_7/ai_n28133122/?tag=content;col1
A Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares (Eye Movement Desensitization and Reprocessing – EMDR) foi desenvolvido em 1987 e teve seu efeito comprovado no tratamento de distúrbios psicológicos baseados em memórias traumáticas. Nossa hipótese é de que o EMDR possa ser usado em pacientes traumatizados pelo diagnóstico e/ou tratamento de câncer, sendo indicado para o tratamento das respostas subjetivas e níveis de depressão, ansiedade, satisfação com a vida, balanço do afeto positivo e negativo além do senso de coerência. Com o objetivo de testar essa hipótese realizamos um estudo no qual três casos foram tratados com EMDR e outros três com método de suporte. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas estruturadas, instrumentos de mensuração quantitativa e entrevistas por um validador externo. Encontramos resultados consistentemente favoráveis ao EMDR. O resultado confirma a eficácia clínica do EMDR tanto nas mensurações objetivas quanto subjetivas.
por Daniel Gabarra | fev 11, 2010 | blog, emdr, sus
Por: Rosângela Regiani
Psicóloga com especialização em Gestão de Pessoas, formação em Psicologia Tranpessoal, Psicodrama,MBA em Recursos Humanos e Terapeuta de EMDR
Palestina-SP/Brasil
Sou funcionária pública municipal e em maio de 2009 passei a cumprir minha carga horária de trabalho exclusivamente no SUS. Quando pensamos em SUS… logo vem o pensamento: ”demora em atendimento”! Mesmo morando em uma cidade de dez mil habitantes do interior de São Paulo, aqui em Palestina não é diferente das grandes cidades! Confesso que, no inicio, me incomodou muito o fato de ter tantas pessoas procurando o atendimento psicológico e não ter vaga disponível. Essas pessoas sempre acabavam na lista de espera, até que surgisse uma oportunidade para fazer a terapia.
Eu me sentia de pés e mãos atadas, porque na maioria eram casos de trauma com T maiúsculo (como dizemos no EMDR), seguidos de depressão!
Em uma conversa informal com o Coordenador do Departamento de Saúde, propus a ele que, durante duas horas por semana, faria uma triagem com essas pessoas que procuravam ajuda, para ouvi-las e orientá-las e, caso necessário, faria o encaminhamento para a psiquiatria no Hospital de Base de São José do Rio Preto, pois aqui não temos médico com essa especialidade. Enquanto os pacientes permanecem na lista de espera para a psicoterapia, já estariam adequadamente medicados e conseqüentemente com os sintomas da depressão mais suportáveis e prontos para fazer o tratamento, e assim foi feito. Nessa triagem, em dia previamente agendado, eu converso com eles e, se necessário, aplico o teste Escala Beck e em casos de crianças ou adolescentes aplico o teste ESI – Escala de Stress Infantil e também faço entrevista com a mãe. A lista de espera foi dividida em categorias: pacientes encaminhados para psiquiatria, crianças e adolescente, adultos e conselho tutelar, este último relacionado a atendimento psicológico para crianças e adolescentes atendidas por essa entidade. Quando surge uma vaga, dou prioridade aos casos mais graves para preenchê-la.
As sessões de terapia primeiramente eram realizadas uma vez por semana. Como a fila de SUS não parava de crescer, acreditei que se eu atendesse o paciente duas vezes na semana, ele teria acesso mais rápido ao seu conteúdo interno, minimizando seu sofrimento, e esperaria menos tempo pelo atendimento, de forma que a lista de espera teria uma maior rotatividade.
Aplico o protocolo de EMDR em sessões de quarenta e cinco a cinqüenta minutos, dividas em etapas; nas duas primeiras sessões faço a história clínica, preparação do cliente e a avaliação. Já aconteceu de usar mais de uma sessão para terminar esta fase, pois a clientela de SUS geralmente é composta por pessoas com baixo nível sociocultural e só depois inicio a fase de dessensibilização trabalhando com sessões incompletas.
Fiz uma experiência inicial com quatro pacientes, ambos com depressão grave, ansiedade grave, pessimismo grave. Dois com tentativa de suicídio e dois com pensamentos suicidas. Ofereci vinte e duas sessões, na frequência de duas vezes por semana. Antes de iniciar o tratamento, o paciente assina, além do contrato terapêutico, um termo onde ressalta que serão permitidas apenas quatro faltas, justificadas ou não.
Um paciente desistiu do tratamento. Entre os que permaneceram, pude perceber que apresentaram significativas melhoras e já na oitava sessão relatavam as mudanças e diziam que os familiares percebiam essa melhora; chegavam mais animados para terapia, sem contar que começaram a faltar “sem necessidade” pelo fato de ter o direito de cometer as quatro faltas! Reduzi o numero de sessões para dezesseis, levando em consideração que cada caso é um caso, e tenho trabalhado com esse numero atualmente e conseguido bons resultados. Quanto ao numero de faltas, reduzi para três. Utilizo como instrumento de avaliação, os testes Beck e ESI que além da triagem, também aplico durante e no final das dezesseis sessões.
No término do tratamento dou ao paciente uma carta, constando os resultados da aplicação do teste, incluindo o realizado na triagem. Peço para entregar ao seu psiquiatra no próximo retorno. Já teve caso do psiquiatra não aceitar a alta em psicoterapia, por falta de conhecimento do EMDR. Diante deste episódio sempre mando um foolder junto com esta carta, como uma forma de divulgar o trabalho em EMDR, e já obtive resultados depois desta iniciativa. Um psiquiatra disse: “Um tratamento desse nível oferecido no SUS??? Interessante este método, eu não conhecia”! Com a aplicação do EMDR em pacientes do SUS, pude constatar que mais pessoas se beneficiarão em um menor espaço de tempo, pois cada paciente ocupará a vaga de terapia por um período de aproximadamente dois meses, ao passo que em uma terapia convencional o paciente para receber alta levaria o dobro de tempo, quando não o triplo. Não restam duvidas que o EMDR contribui para minimizar a fila de espera do SUS e que um número maior de pessoas receberiam tratamento psicológico gratuitamente, principalmente em uma época em que percebo que os profissionais da área da saúde, da educação, enfim as pessoas, a cada dia acreditam e procuram mais e mais o trabalho do psicólogo.
por Daniel Gabarra | fev 9, 2010 | blog, crp, psicologia hospitalar, sus
Notícias do Conselho Federal de Psicologia:
Psicólogos, o seu fazer nos interessa!
Nova pesquisa do Crepop aborda atuação
em serviços hospitalares do SUS
O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas – CREPOP deu início ao processo de referenciação Atuação Profissional de Psicólogos(as) nos Serviços Hospitalares do SUS. Este é mais um passo no sentido de construir coletivamente as referências técnicas para uma competente atuação profissional nas políticas públicas brasileiras.
CREPOP
Se você atua nesses serviços do SUS, então está convidado a responder a pesquisa via formulário on-line e participar das reuniões específicas convocadas pelos CRPs.
Esta é a primeira pesquisa do ano do CREPOP. Ao longo de 2010, será ainda abordada a participação dos psicólogos nas áreas do CRAS, políticas públicas de diversidade sexual e políticas públicas de esporte. Mais informações no site crepop.pol.org.br.
por Daniel Gabarra | fev 6, 2010 | blog, qualidade de vida
Uma vez, em um trabalho em grupo, construimos os 10 mandamentos do bom relacionamento. Não é nenhum tratado de psicologia de casal, mesmo porque não foi escrito por psicólogos e nem com esse fim. Mas acredito que traga algumas reflexões bem interessantes.
Os 10 Mandamentos do Bom Relacionamento
1. Respeitar a individualidade do parceiro
2. Construir a relação diariamente, pois nenhuma união é indissolúvel
3. Amar o outro como a si mesmo, nunca mais do que a si mesmo
4. Zelar continuamente pela confiança entre o casal
5. Não cobrar a perfeição nem de si e nem do companheiro, pois somos todos aprendizes da vida
6. Buscar o equilíbrio entre razão e emoção sem se esquecer da importância do diálogo
7. Fundamentar a relação no amor e na construção da felicidade
8. Ser fiel aos seus sentimentos e aos sentimentos do outro
9. Buscar o conhecimento e crescimento mútuos, através da amizade, do companheirismo e da cumplicidade
10. Zelar pelo prazer e cumplicidade do casal nas questões sexuais, sem remorso ou culpa