por Daniel Gabarra | maio 17, 2010 | blog, emdr, pahp
Nos dias 1° e 2 de maio, estive em Niterói participando do Programa de Ajuda Humanitária Psicológica. Já escrevi sobre esse trabalho em outro momento aqui no blog, mas estar lá, conhecendo as metodologias de trabalho em grupo focadas em catástrofes e, principalmente, estar em contato direto com as vítimas foi realmente um oportunidade única. Além das vítimas que perderam suas casas e estão nos abrigos onde realizamos o trabalho, o próprio treinamento foi uma grande intervenção, já que a maioria dos profissionais voluntários eram de Niterói e do Rio. É claro que em menor grau, mas todos sofreram com os acontecimentos e estavam ávidos por ajuda e em ajudar. Muitos deles, inclusive, já estavam atuando e compartilharam o quanto essas novas ferramentas potencializarão e ajudarão a sistematizar o trabalho. Entretanto, o que ficou de mais forte para mim foi a seguinte pergunta: “Estou aqui ajudando em Niterói, mas o que tenho realmente feito sobre esse assunto em minha cidade?” É claro que pretendo voltar a outros lugares que necessitem de apoio. E ainda bem que aqui em Belo Horizonte não tivemos catástrofes daquelas proporções. Mas em vários momentos tivemos problemas que mereciam uma atenção especial. Então, que tal fazer alguma coisa?
por Daniel Gabarra | maio 14, 2010 | blog
Psychotherapy as assisted homeostasis: activation of emotional processing mediated by the anterior cingulate cortex
F.M. Corrigan
Fonte: http://intl.elsevierhealth.com/journals/mehy
Embora a psicoterapia tenha sucesso na alteração do distresse emocional, o mecanismo biológico pelo qual isto é alcançado não é objeto de intensa investigação neurobiológica. O processo de transformação consciente das emoções foi proposto [Mindfulness-Based Cognitive Therapy for Depression, The Guilford Press, New York, 2002] como fator chave para a prevenção da recaída da depressão e aqui essa hipótese é desenvolvida e estendida para outras condições nas quais o processamento das emoções parece estar obstruído ou desregulado. A Terapia Cognitiva, Psicoterapia Interpessoal, Psicoterapia Psicodinâmica, e a terapia comportamental dialética, de diferentes maneiras e ênfases, encorajam a tomada de conciência das emoções e seus fatores cognitivos e biográficos associados, e seu sucesso depdende do grau de ativação de processos internos de cura. No EMDR o alvo selecionado é trabalhado por processos endógenos que são facilitados e acelerados pelos movimentos dos olhos, estimulação auditiva ou tátil bilateral. A capacidade de se manter a atenção centrada no afeto e seus componentes viscerais, cognitivos e biográficos é tida como fator ativador de processos homeostáticos para resolução do distresse, o que é visto mais claramente no tratamento do TEPT com EMDR, na qual essa resolução pode ser intensa e rápida, enquanto a intervenção do psicoterapeuta é não-direcionada, embora de apoio e empatia, mas não de julgamento. Uma vez que o terapeuta tenha ajudado a formular as questões, o cérebro do paciente vai encontrando as resposta que precisa para resolver o distresse e todos os componentes do evento traumático, viscerais, cognitivos, afetivos ou interpessoais. O giro do cingulo anterior, especialmente os componentes dorsal e rostral, parece ser a chave neurobiológica para a eficácia da psicoterapia de alívio do distresse. Resumimos os relevantes estudos de neuroimagem funcional. Uma limitação dos primeiros estudos sobre emoção é que eles tenteram a empregar estímulos suaves para emoções discretas. Uma abordagem alternativa seria usar imagens cerebrais durante o reprocessamento de um evento desagrável que tem afetado profundamente a pessoa de modo a intensidade emocional associada poderia ser claramente nomeada e correlacionada a alterações no funcionamento cerebral.
por Daniel Gabarra | maio 7, 2010 | blog
Treatment of idiopathic facial pain following implant placement
fonte: Ned Tijdschr Tandheelkd. 2010 Feb;117(2):75-8.
Mulher de 39 anos sofrendo de dor facial atípica crônica e queixas associadas a transtorno de estresse pós traumático. A dor se originou após uma remoção cirúrgica de uma raiz dentária residual em sítio de implante dentário e os sintomas de estresse começaram em consequência da dor. Eventualmente, esses problemas levaram a demissão no trabalho e a problemas familiares. Ela era incapaz de ir ao dentista para um exame periódico oral devido ao medo extremo. Tratamento farmacológico, acupuntura, homeopatia e hipnoterapia não melhoraram sua condição. Um tratamento que visou lidar com as memórias do tratamento oral usando do EMDR levou finalmente à resolução dos sintomas. Este estudo de caso demostra como um problema oral pode comprometer a vida do paciente e como a psicoterapia pode complementar o tratamento médico.
por Daniel Gabarra | abr 30, 2010 | blog
Divulgando um Lindo Trabalho
AJUDA HUMANITÁRIA PSICOLÓGICA: PREVENÇÃO DE TRAUMAS DE VÍTIMAS DA CATÁSTROFE DE NITERÓI 2010
Uma equipe de vinte psicólogos treinados em ESTRATÉGIAS GRUPAIS EM CATÁSTROFES PARA PREVENÇÃO DE ESTRESSES PÓS-TRAUMÁTICOS e mais cinco empresários e profissionais voluntários de São Paulo, Brasília, Blumenau, Goiânia e Rio de Janeiro, estará em Niterói, de 30 de abril a 2 de maio deste ano, para atender as vítimas da catástrofe ocorrida.
A iniciativa é fruto de parceiros entre as propostas técnicas e cientificas da F&Z Assessoria e Desenvolvimento em Educação e Saúde de São Paulo e toda a organização logística do Rotary Internacional de: Butantã, São Paulo; Alphaville, São Paulo; República, São Paulo e de Penha de Santa Catarina.
Este PROGRAMA DE AJUDA HUMANITÁRIA PSICOLÓGICA às vitimas de catástrofes, tem recebido parcerias da FIESC, do SESI e da FAB, além das Secretarias de Saúde de Guaraciaba, de Blumenau, de Ilhota e Gaspar em Santa Catarina e de São Luiz, Rosário, Trizidela e Pedreiras no Maranhão. Desta vez temos algumas parcerias de Universidade Federal Fluminense, do Grupo Tendas, do Delphos do Rio de Janeiro e da Associação de terapia familiar do Rio de Janeiro e da FEBRAP.Este é o sétimo Programa de Ajuda Humanitária psicológica que este grupo desenvolve desde 2008. Cerca de 4.200 pessoas já foram favorecidas com este trabalho.
Na catástrofe de Niterói ocorrida em 2010, as Secretarias de Saúde, junto à Defesa Civil, tomaram as providencias necessárias com os primeiros socorros, atendimentos e encaminhamentos desta situação de calamidade pública. Todavia, há seqüelas aparentemente invisíveis, que podem se sobrepor ao tempo, às novas moradias e reorganizações sociais, que são as marcas dos traumas que este tipo de catástrofe pode gerar, e que terão, neste Programa de Ajuda Humanitária Psicológica, uma prevenção primária para o que se denomina de Transtornos de Estresses Pós-Traumáticos – TEPT. Depois de quatro meses a até quatro anos, podem surgir sintomas de TEPT em crianças, adolescentes, adultos e idosos; traduzidos em dificuldades de aprendizagem e concentração; problemas nas áreas do sono e da alimentação; quadros de pânico e de depressão; uso abusivo de álcool e de drogas; atitudes de perda de fé e esperança na vida, idéias e tentativas de suicídio entre outros quadros psicológicos e psiquiátricos.
O Programa de Ajuda Humanitária, coordenado pela Prof.ª Dra. Ana Maria Fonseca Zampieri no que tange ao corpo científico, e pelo Sr. Reinaldo Franco, pela Srª rotariana Dulce Fiedler, a psicóloga Lilian Tostes do Delphos do Rio de Janeiro, Cristiana Weber da Associação de Terapia Familiar ao Rio de Janeiro e Dr. Jairo Werner da Universidade Federal Fluminense no corpo de logística; tem em seu grupo profissional, psicólogos, médicos e especialistas, mestres, doutores e pós-doutores, com formação em Sociodrama Construtivista de Reconstrução em Catástrofes, Debriefing, Manual Grupal Integrativo, EMDR e Terapia Familiar Sistêmica. Juntos atendem grupos específicos de crianças, adolescentes, adultos e idosos, além de bombeiros, militares e médicos do SAMU. As intervenções, com planejamento estratégico piramidal, começam com atendimentos em grupos pequenos, que favorecem a triagem para as pessoas mais afetadas, que receberão atendimentos individuais. Estas ESTRATÉGIAS GRUPAIS EM CATÁSTROFES PARA PREVENÇÃO DE ESTRESSES PÓS-TRAUMÁTICOS foram chamadas pela mídia de Blumenau, em 2009 de: ABRIGOS PARA ALMAS e inclui o treinamento de 20 horas, para psicólogos, da rede pública e do grupo de voluntariado rotariano, para a manutenção dos atendimentos à população. Já foram capacitados 39 profissionais em Santa Catarina/ Blumenau; 39 de Guaraciaba, 19 no Maranhão e agora há 40 inscritos em Niterói.
Haverá psicoeducação, com folhetos de primeiros socorros emocionais distribuídos na mídia, em escolas, no CRAS de Niterói.
Dia 2/05/10, das 14 às 16h, acontecerá o SOCIODRAMA CONSTRUTIVISTA DAS VOZES DAS VÍTIMAS DE NITERÓI, uma vivência psicoeducativa com palestras, aberta à comunidade em geral. Será na UFF de Niterói.