Eutanásia*: é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista.
Ortotanásia: é o termo utilizado pelos médicos para definir a morte natural, sem interferência da ciência, permitindo ao paciente morte digna, sem sofrimento, deixando a evolução e percurso da doença.
Distanásia: é a prática pela qual se continua, através de meios artificiais, a vida de um enfermo incurável.
Salvo os limites tênues entre as diferentes práticas (assunto que deve ser discutido), a grande questão ética é: cabe à medicina estender a vida de um ser humano sem com isso dar-lhe conforto, qualidade ou expectativa de melhora? Não poderia ser considerado ‘tortura’ manter a vida de uma pessoa além do seu desejo e das possibilidades do seu corpo? Do meu ponto de vista, a ortotanásia não deve ser nada além de não praticarmos a distanásia.
Resumindo, para mim a discussão não deveria ser se a ortotanásia deve ser permitida ou não, e sim, quais são os critérios e condições clínicas e éticas sob os quais ela deve ser aplicada.
* Ainda encontrei na wikipedia uma diferenciação entre eutanásia ativa e passiva. Mas na verdade me soou mais como uma tentativa de chamar a ortotanásia de eutanásia. Quando digo ‘soou’, é exatamente isso, pois nunca tinha ouvido falar dessa diferenciação antes.
Uma vez, em um trabalho em grupo, construimos os 10 mandamentos do bom relacionamento. Não é nenhum tratado de psicologia de casal, mesmo porque não foi escrito por psicólogos e nem com esse fim. Mas acredito que traga algumas reflexões bem interessantes.
Os 10 Mandamentos do Bom Relacionamento
1. Respeitar a individualidade do parceiro 2. Construir a relação diariamente, pois nenhuma união é indissolúvel 3. Amar o outro como a si mesmo, nunca mais do que a si mesmo 4. Zelar continuamente pela confiança entre o casal 5. Não cobrar a perfeição nem de si e nem do companheiro, pois somos todos aprendizes da vida 6. Buscar o equilíbrio entre razão e emoção sem se esquecer da importância do diálogo 7. Fundamentar a relação no amor e na construção da felicidade 8. Ser fiel aos seus sentimentos e aos sentimentos do outro 9. Buscar o conhecimento e crescimento mútuos, através da amizade, do companheirismo e da cumplicidade 10. Zelar pelo prazer e cumplicidade do casal nas questões sexuais, sem remorso ou culpa
Terremotos, enchentes, tsunamis, desabamentos, tornados… Haiti, Ilha Grande, São Paulo, ABC Paulista, Machu Picchu, Cuzco, Barueri, Angra, São Luis do Paraitinga, Guaraciaba, Santa Catarina… Tudo bem, sei que catástrofes e pessoas traumatizadas vão garantir meu trabalho!!! Mas pera aí!!! Isso já não está ficando exagerado??? O ‘papo dos ecologistas’ sempre me chamou atenção, mesmo parecendo uma coisa distante, racionalmente era claro que o problema existia, e continua existindo. Mas como sempre o ser humano sempre acha que ‘isso não vai acontecer comigo’. Mas na verdade acontece, como sempre aconteceu!!! Desde criança, ouço notícias de desabamento em construções irregulares nas encostas dos morros, mas as favelas continuam crescendo e o pouco que se faz não conseguiu efetivamente mudar esse quadro. BH mesmo tem investido muito nisso nos últimos anos. Mas eu ainda fico me perguntando: ‘será que de fato isso terá um impacto?’, e olha que eu ainda acredito no ser humano!!! Mas, voltando às grandes tragédias, acredito que desde a tsunami na Ásia, ficou claro para o mundo que o ‘papo dos ecologistas’ é serio e que as consequências estão chegando mais rápido do que imaginávamos. Mas Copenhague ainda parece ser o grande exemplo de que ainda queremos acreditar que ‘isso não vai acontecer comigo’. E eu fico aqui no meu consultório, no intervalo entre uma sessão ou outra, escrevendo e pensando o que posso fazer com meu sentimento de impotência com relação a isso!!! Será que posso fazer alguma coisa? Será que escrever algumas linhas para 15 ou talvez 20 pessoas lerem é fazer alguma coisa?
Outro dia, assistindo a uma reportagem sobre mulheres ex-combatentes de guerra e TEPT* (ou PTSD) fiquei particularmente triste ao ler os comentários sobre o vídeo que, em sua maioria, eram carregados de intolerância e machismo (pelo menos do meu ponto de vista). Sei que estamos muito longe de ser um Dalai Lama para reagirmos com paz diante dos mais absurdos (e abundantes) abusos de poder que existem no mundo. Mas defender a paz, a meu ver, requer um mínimo de compaixão. Acredito que não adianta buscar esse caminho carregando ódio e rancor, quase “amaldiçoando” os países ou pessoas que não acreditam nisso. Se eu defendo e acredito na paz, devo defendê-la para todos, não apenas para alguns ou para os meus. O sofrimento imposto a uma pessoa que esteve na guerra é imensurável, e ele atinge tanto as mulheres quanto os homens, além de persistirem anos a fio se não forem tratados adequadamente. Entretanto, as pessoas que detêm o “poder” não sentem nem de longe essa dor imposta aos outro e aos seus. Aqui sim mora a verdadeira questão a ser abordada.
Tinha um amigo meu na faculdade que adorava essa frase. Não sei qual a autoria, mas ao ler a notícia “TV em excesso reduz expectativa de vida, diz estudo”, foi uma das primeiras coisas que passou pela minha cabeça. Não pela relação da frase com o resultado do estudo, mas sim pelos aspectos negativos da TV, ou melhor, os aspectos negativos do uso que fazemos da TV. Um comentário do dia 13 diz exatamente isso. Algumas pessoas parecem que transformam sua vida em acompanhar a TV. Assim, deixam de se relacionar com as pessoas que estão a sua volta e acabam por se isolar em um pseudo-relacionamento com a ‘telinha’. Não deixa de ser confortável, afinal de contas, ela nunca vai reclamar do seu comportamento, e caso você não goste do dela, basta mudar de canal. Relacionar-se com pessoas não é tão fácil assim, mas com certeza, é muito mais produtivo.
Na prática clínica, nossos clientes nos trazem problemas, dificuldades e barreiras que enfrentam no seu dia a dia. Claro que estamos aqui para ouvir e auxiliar com essas questões. Afinal de contas, se não fosse por esses problemas, nós, terapeutas, não seríamos procurados. Mas o que acontece é que, se não perguntarmos, os clientes dificilmente trazem de forma espontânea os resultados e conquistas alcançados. Se eu estivesse escrevendo para Psicólogos e Terapeutas, abordaria a importância de sabermos dos resultados para confirmar se estamos ou não no caminho certo. Ou também poderia abordar o quanto isso é fundamental para o trabalho ao valorizar as conquistas alcançadas, enquanto método de fortalecimento e busca de melhoras. Mas como meu público é outro, gostaria apenas de lembrar que terapeuta também é ser humano e, como qualquer outro, gosta de saber do resultado do seu trabalho, ainda mais quando este trabalho é de parceria.
Daniel Gabarra é Trainer de Brainspotting, Supervisor e Facilitador de EMDR, Trainer de PNL, Especialista em Psicodrama e Graduado em Psicologia pela UFSCar. Diretor Fundador e Ex-presidente da Associação Brasileira de Brainspotting,