fbpx

Psicoterapia Breve ou Focal

Hoje quero aproveitar para falar o quanto a psicoterapia, em especial o EMDR (mas não apenas), pode trazer bons e rápidos resultados quando temos um problema pontual e um trabalho direcionado. É claro que não quero falar com isso que com duas sessões você terá seu problema resolvido. Mas pra falar a verdade, teve um professor com dificuldade em falar em público, que fizemos o trabalho com EMDR em 3hs. Lógico que isso não é a regra, mas é sim uma possibilidade dependendo da situação. Um pessoa que nunca teve dificuldades para dirigir, mas depois de sofrer um acidente não conseguiu mais, tem uma grande possibilidade de resolver esse temor em poucos encontros. Entretanto, alguém que sempre se sentiu inseguro, em que o dirigir é mais uma das situações nas quais a pessoa se sente assim, dificilmente conseguirá superar o medo de dirigir sem cuidar dos seus outros medos e inseguranças. Mas falando um pouco mais das possibilidades de bons e rápidos resultados, em relação ao Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT) por exemplo, existem vários estudos que apresentam o controle dos sintomas (além do efeito de medicações) em 8 a 12 sessões. O medo de dirigir e a dificuldade em falar em público são outras 2 situações nas quais, em geral, o resultado é rápido. Mas o que determina ou não essa possibilidade é o histórico de cada um, o que deve ser cuidadosamente levantado nas primeiras sessões.

EMDR, Respeito e postura profissional

Gostaria novamente de compartilhar com vocês as palavras de uma colega de profissão que muito me toca pela forma (quase poética) de falar da relação terapêutica.

“Sabe, Daniel…
Desde o início, nos meus primeiros contatos com o EMDR, pude sentir que ali havia algo especial. A princípio, eu não podia precisar, exatamente, por quais princípios ele funcionava. Se era um instrumento curador ou, simplesmente, um instrumento que ajudava a ‘encobrir’ sintomas. Fui caminhando às apalpadelas, desvendando fatos, com o passar do tempo.
O que sinto hoje, e o que penso sobre o EMDR, é que, uma vez nas mãos de um bom profissional frente a um paciente, (seja que paciente for), torna-se um fabuloso instrumento facilitador da integração de sentimentos, crenças e sensações que, circunstancialmente, podem estar desencontradas, aparentemente incoerentes e, portanto, disfuncionais, causando assim, dentro do paciente, algum tipo de sofrimento.
O que quero dizer com ‘um bom profissional’, é: o profissional que tem o máximo respeito e uma profunda crença na força de seu paciente, tanto quanto em sua própria força, sabendo que aquele (o paciente) sabe, profundamente, o caminho a seguir, se lhes dispomos um mínimo de informações importantes (aspecto ‘educativo’), acolhimento, confiança e incentivo.
Nem sempre o que funcionou com um paciente meu, funcionará com o seu, e é preciso que saibamos disso. Teorias são importantes. Mas elas assumem “tonalidades” diferentes, se aplicadas em contextos que combinam aspectos diferentes, com pessoas diferentes. Então, são muito mais as pessoas que nos procuram, cada uma delas, que nos dirão, no fundo no fundo, por onde caminhar. É preciso saber ouvi-las.”

Quando perguntei o que ela gostaria de colocar para identificá-la no blog, olha só o que ela me respondeu:

“O que você poderia colocar lá sobre mim??? Que sou uma psicóloga clínica absolutamente comum, que estou em Brasília, que tenho um profundo desejo de que possamos todos nós, psicólogos e pacientes, em cada encontro terapêutico, descobrir que podemos, porque estamos juntos, ser pessoas melhores em muitos aspectos, no nosso dia a dia.”

O nome dela é: Silvana Studart

Humanidade

Outro dia, assistindo a uma reportagem sobre mulheres ex-combatentes de guerra e TEPT* (ou PTSD) fiquei particularmente triste ao ler os comentários sobre o vídeo que, em sua maioria, eram carregados de intolerância e machismo (pelo menos do meu ponto de vista).
Sei que estamos muito longe de ser um Dalai Lama para reagirmos com paz diante dos mais absurdos (e abundantes) abusos de poder que existem no mundo. Mas defender a paz, a meu ver, requer um mínimo de compaixão. Acredito que não adianta buscar esse caminho carregando ódio e rancor, quase “amaldiçoando” os países ou pessoas que não acreditam nisso. Se eu defendo e acredito na paz, devo defendê-la para todos, não apenas para alguns ou para os meus. O sofrimento imposto a uma pessoa que esteve na guerra é imensurável, e ele atinge tanto as mulheres quanto os homens, além de persistirem anos a fio se não forem tratados adequadamente. Entretanto, as pessoas que detêm o “poder” não sentem nem de longe essa dor imposta aos outro e aos seus. Aqui sim mora a verdadeira questão a ser abordada.

* Transtorno de Estresse Pós Traumático

Reportagem sobre EMDR* e PTSD**

Hoje recebi o link dessa reportagem e achei que valia a pena compartilhar com vocês. Para quem tem uma noção de Inglês (está sem legenda), é bem interessante. Aborda um pouco as questões neurológicas do EMDR.

* Eye Movement Desensitization and Reprocessing ou Desensibilização e Reprocessamento por Movimento Oculares
** Transtorno de Estresse Pós-Traumático