por Daniel Gabarra | set 23, 2009 | blog, relação terapêutica
Quando estudamos psicologia, sempre participamos da eterna discussão: “nós temos Clientes ou Pacientes?”. A grande crítica ao termo paciente é que a pessoa, para o trabalho da psicologia, não pode ser passivo, pacientemente aguardando a intervenção do profissional*. Ele tem de ser sujeito ativo da sua melhora. Mas também já ouvi que não temos Cliente porque não vendemos um serviço que as pessoas querem, e sim precisa por não estarem bem. Eu particularmente gostaria que as pessoas desejassem os meus serviços.
Desejassem, pois assim temos o objetivo de estarmos melhor, e não apenas nos livrar de um problema. E para que eu deseje alguma coisa, eu tenho quer ser sujeito desse desejo, tenho que buscar os caminhos para alcançá-lo. Mais importante do que definir que termo vamos usar, essa discussão é importante para sabermos que tipo de relação vamos estabelecer.
* Atualmente as ciências da saúde vêm discutindo e adotando esse paradigma.
por Daniel Gabarra | set 20, 2009 | blog

Ainda não é muito comum, em nossa sociedade, relacionarmos o trabalho ao prazer, mas isso vem se transformando com o tempo. A revista Galileu em sua edição de julho/2009 traz um artigo que fala, entre outras coisas, da necessidade do prazer no trabalho para sobrevivermos às mudanças de mercado que devem ocorrer nas próximas décadas. Eu, particularmente, tenho o privilégio de trabalhar por prazer. Mas isso não me faz trabalhar de graça, afinal, tenho contas a pagar. Faz, sim, com que a felicidade de ver o resultado do meu trabalho me motive mais do que o pagamento recebido.
Nessa perspectiva, para quem ainda não vive essa situação, o que será que pode ser feito? Qual o caminho que pode levar a essa satisfação?
Bem, acima de tudo, temos que saber do que realmente gostamos, quais as coisas que nos dão prazer. Nos conhecer, conhecer nossa realidade e ter o máximo possível de informação a respeito do que nos interessa. Temos que trabalhar com qualidade de vida. Não vou saber citar a fonte desta frase, mas a ouvi em diversos contextos. É mais ou menos assim: ‘Faça com prazer e satisfação e o retorno financeiro será conseqüência disso’.
A revista PEGN em sua edição de junho/2009 mostra uma matéria na qual conta a história de um executivo que está transformando seu “hobby” em ganha pão. Mesmo que pareça distante da realidade de algumas pessoas, esse é o caminho que Glauco está traçando. Qual será o seu caminho?
por Daniel Gabarra | set 13, 2009 | blog, relação terapêutica, resposta terapêutica

Por várias vezes, ao compartilhar sobre determinados casos com outros terapeutas, me peguei falando ou ouvindo: “o ser humano é uma caixinha de surpresas”. E essa surpresa aparece de diferentes maneiras.
Por mais experiência que tenhamos, a relação entre o que ocorreu na vida das pessoas e como elas arrastam isso ao longo dos anos, com frequência, nos surpreende. Mas o que mais assusta (positivamente) é a capacidade de modificação dessas relações. Algumas pessoas respondem às nossas intervenções e vão muito além das expectativas que possamos ter. Quando a pessoa realmente se envolve com o processo terapêutico, acreditando e agindo para sua melhora é que essa boa surpresa nos aparece. Afinal de contas, não existe nada melhor para um psicólogo do que ver seus clientes melhorarem e serem mais felizes.
(Imagem retirada do Blog Diário de um Caranguejo)
por Daniel Gabarra | set 10, 2009 | blog, emdr, relação terapêutica
Uma vez ouvi o seguinte de um cliente meu: “esse tal de EMDR é como se fosse um patins”. Na hora eu não entendi e tive que perguntar o que ele estava querendo dizer com aquilo.
É lógico que não podemos andar de patins o tempo todo, em todos os lugares, mas, quando podemos, conseguimos percorrer determinada distância muito mais rápido do que caminhando. E era exatamente isso que ele queria dizer, dar alguns saltos no caminho com os patins e, depois, caminhando com calma, pensar em toda a paisagem pela qual se passou e, assim que possível, colocar novamente os patins para um novo percurso acelerado.
por Daniel Gabarra | set 6, 2009 | blog, criatividade, psicodrama, qualidade de vida

Isso até parece um contrassenso!!! Realmente, mas são palavras que, pelo menos para o Psicodrama, são extremamente atreladas. Quando pensamos num ser humano em relação, a qualidade dessa relação é fundamental para a qualidade de vida.
Moreno dizia que fazer o que me vem à cabeça, quando eu bem entender, não é espontaneidade, e sim o adoecimento dela. Assim, pensar que a espontaneidade, para ser efetiva, deve ser adequada, é pensar que esta adequação não está apenas para o outro ou para quem atua, mas sim para a relação estabelecida.
Pensando por exemplo numa situação de trabalho, muitas vezes o espontâneo criativo está na capacidade de dizer ao chefe uma coisa que ninguém teria coragem de dizer, mas de uma forma que ele seja capaz de ouvir, entender e ainda te agradecer.
(Imagem retirada do Blog Jorge Amaral)