por Daniel Gabarra | set 27, 2009 | blog, qualidade de vida
Quanto mais conhecemos e amamos uma pessoa, mais sabemos seus pontos fracos e dificuldades, mesmo porque, em muitos momentos, as apoiamos. Então por que falar em falta de respeito? Talvez essa não seja a melhor palavra, mas como foi assim que ouvi essa frase, preferi não modificar. Mas quero falar das situações em que nos magoamos ou nos desentendemos com essas pessoas tão queridas.
Vocês já repararam que, quanto mais e melhor conhecemos alguém, maior a nossa capacidade de dizer aquilo que mais magoa? Mas por que será que fazemos isso? Por pura maldade? Normalmente fazemos isso porque também estamos magoados. Dizemos essas coisas não por acreditar de fato nelas, mas porque, infelizmente, a mágoa que nos atormenta nos impulsiona a retribuir na mesma moeda. São aquelas situações que, em geral, mal terminamos de dizer e já nos arrependemos, mas muitas vezes não conseguimos ou não temos coragem de voltar atrás. Então o que podemos fazer?
Não tenho a pretensão de dar uma resposta, apenas levar as pessoas a pensar e discutir sobre isso. Afinal de contas, o que nos cabe para mudar essa situação? Como transformar esse ciclo de mágoa em amor?
por Daniel Gabarra | set 23, 2009 | blog, relação terapêutica
Quando estudamos psicologia, sempre participamos da eterna discussão: “nós temos Clientes ou Pacientes?”. A grande crítica ao termo paciente é que a pessoa, para o trabalho da psicologia, não pode ser passivo, pacientemente aguardando a intervenção do profissional*. Ele tem de ser sujeito ativo da sua melhora. Mas também já ouvi que não temos Cliente porque não vendemos um serviço que as pessoas querem, e sim precisa por não estarem bem. Eu particularmente gostaria que as pessoas desejassem os meus serviços.
Desejassem, pois assim temos o objetivo de estarmos melhor, e não apenas nos livrar de um problema. E para que eu deseje alguma coisa, eu tenho quer ser sujeito desse desejo, tenho que buscar os caminhos para alcançá-lo. Mais importante do que definir que termo vamos usar, essa discussão é importante para sabermos que tipo de relação vamos estabelecer.
* Atualmente as ciências da saúde vêm discutindo e adotando esse paradigma.
por Daniel Gabarra | set 20, 2009 | blog
Ainda não é muito comum, em nossa sociedade, relacionarmos o trabalho ao prazer, mas isso vem se transformando com o tempo. A revista Galileu em sua edição de julho/2009 traz um artigo que fala, entre outras coisas, da necessidade do prazer no trabalho para sobrevivermos às mudanças de mercado que devem ocorrer nas próximas décadas. Eu, particularmente, tenho o privilégio de trabalhar por prazer. Mas isso não me faz trabalhar de graça, afinal, tenho contas a pagar. Faz, sim, com que a felicidade de ver o resultado do meu trabalho me motive mais do que o pagamento recebido.
Nessa perspectiva, para quem ainda não vive essa situação, o que será que pode ser feito? Qual o caminho que pode levar a essa satisfação?
Bem, acima de tudo, temos que saber do que realmente gostamos, quais as coisas que nos dão prazer. Nos conhecer, conhecer nossa realidade e ter o máximo possível de informação a respeito do que nos interessa. Temos que trabalhar com qualidade de vida. Não vou saber citar a fonte desta frase, mas a ouvi em diversos contextos. É mais ou menos assim: ‘Faça com prazer e satisfação e o retorno financeiro será conseqüência disso’.
A revista PEGN em sua edição de junho/2009 mostra uma matéria na qual conta a história de um executivo que está transformando seu “hobby” em ganha pão. Mesmo que pareça distante da realidade de algumas pessoas, esse é o caminho que Glauco está traçando. Qual será o seu caminho?
por Daniel Gabarra | set 13, 2009 | blog, relação terapêutica, resposta terapêutica
Por várias vezes, ao compartilhar sobre determinados casos com outros terapeutas, me peguei falando ou ouvindo: “o ser humano é uma caixinha de surpresas”. E essa surpresa aparece de diferentes maneiras.
Por mais experiência que tenhamos, a relação entre o que ocorreu na vida das pessoas e como elas arrastam isso ao longo dos anos, com frequência, nos surpreende. Mas o que mais assusta (positivamente) é a capacidade de modificação dessas relações. Algumas pessoas respondem às nossas intervenções e vão muito além das expectativas que possamos ter. Quando a pessoa realmente se envolve com o processo terapêutico, acreditando e agindo para sua melhora é que essa boa surpresa nos aparece. Afinal de contas, não existe nada melhor para um psicólogo do que ver seus clientes melhorarem e serem mais felizes.
(Imagem retirada do Blog Diário de um Caranguejo)
por Daniel Gabarra | set 10, 2009 | blog, emdr, relação terapêutica
Uma vez ouvi o seguinte de um cliente meu: “esse tal de EMDR é como se fosse um patins”. Na hora eu não entendi e tive que perguntar o que ele estava querendo dizer com aquilo.
É lógico que não podemos andar de patins o tempo todo, em todos os lugares, mas, quando podemos, conseguimos percorrer determinada distância muito mais rápido do que caminhando. E era exatamente isso que ele queria dizer, dar alguns saltos no caminho com os patins e, depois, caminhando com calma, pensar em toda a paisagem pela qual se passou e, assim que possível, colocar novamente os patins para um novo percurso acelerado.
por Daniel Gabarra | set 6, 2009 | blog, criatividade, psicodrama, qualidade de vida
Isso até parece um contrassenso!!! Realmente, mas são palavras que, pelo menos para o Psicodrama, são extremamente atreladas. Quando pensamos num ser humano em relação, a qualidade dessa relação é fundamental para a qualidade de vida.
Moreno dizia que fazer o que me vem à cabeça, quando eu bem entender, não é espontaneidade, e sim o adoecimento dela. Assim, pensar que a espontaneidade, para ser efetiva, deve ser adequada, é pensar que esta adequação não está apenas para o outro ou para quem atua, mas sim para a relação estabelecida.
Pensando por exemplo numa situação de trabalho, muitas vezes o espontâneo criativo está na capacidade de dizer ao chefe uma coisa que ninguém teria coragem de dizer, mas de uma forma que ele seja capaz de ouvir, entender e ainda te agradecer.
(Imagem retirada do Blog Jorge Amaral)